Bem-vindo ao blog Ler faz a minha cabeça!
Somos um grupo de professoras envolvidas no aprimoramento das competências leitora e escritora em contexto digital. Questões relativas à leitura/escrita e aos gestos de ler e escrever vêm sendo muito discutidas. Hoje, mais do que nunca, a formação de leitores/escritores competentes é fundamental em nossa sociedade que exige cidadãos aptos a desenvolver sua própria aprendizagem. Visite o blog Ler faz a minha cabeça e mergulhe num mundo inventado a partir da observação da realidade, pela imaginação do escritor. Você está convidado a caminhar conosco porque nosso desejo é que você leia e goste de ler. Que você aproveite e leia para alguém. Ou que simplesmente experimente o puro prazer de ler. Que esse blog seja seu companheiro e que ajude a construir na sua imaginação uma viagem que será só o começo de outras.

segunda-feira, 17 de junho de 2013


Situação de aprendizagem para desenvolver e ampliar capacidades de leitura
Professora:  Débora Maria Gonçalves Rodrigues Nogueira
                                  
                                        Avestruz – Mário Prata


            Nesta Situação de Aprendizagem serão apresentados aos alunos o gênero textual “crônica” e suas principais características; além disso, serão retomados os elementos da narrativa, no entanto, o foco estará na percepção do foco narrativo e na compreensão/interpretação do texto pelos alunos. Espera-se que, ao final das atividades propostas, o aluno seja capaz de reconhecer o gênero em estudo, a narrativa com foco na 1ª. pessoa e que tenha compreendido o texto como um todo significativo.

Público-alvo: 6º. Ano do Ensino Fundamental.
Tempo previsto: 06 aulas.
Conteúdos: conceito de crônica; retomada dos elementos da narrativa (com ênfase no foco narrativo); leitura do texto “Avestruz”, de Mario Prata; roteiro de perguntas e produção escrita.
Competências e habilidades: conhecer o gênero “crônica narrativa”, identificar os elementos narrativos (ênfase no foco narrativo); interpretar um texto pertencente ao gênero em estudo.
Estratégias: estudo do gênero e dos elementos da narrativa; leitura e interpretação do texto “Avestruz”; discussão com os alunos fazendo as devidas intervenções.
Recursos: Cópia do texto; uso de datashow para reprodução dos slides com o conteúdo das aulas e uso da sala multimídia.
Avaliação: Respostas dadas aos questionamentos e discussão das ideias em sala de aula; produção escrita.



1-    Ativação de conhecimentos de mundo; antecipação ou predição, checagem de hipóteses.


              O professor apresenta aos alunos o plano de aula contendo o tema (assunto) a ser trabalhado durante a semana, os respectivos objetivos e o que será avaliado.
Para trabalhar o conceito de crônica, o professor, após pesquisa, entrega para os alunos (em grupos) exemplares de jornais e revistas e, em seguida, direciona os alunos para a leitura de um determinado texto, ou seja, uma crônica. Nessa etapa, o grupo pode eleger um representante, que, após a leitura com os colegas do grupo, lerá o texto para toda a sala. Espera-se com isso que os alunos obtenham as primeiras impressões a respeito do gênero textual em estudo. Durante a leitura, o professor pode fazer intervenções apontando os aspectos que julgar importante para as etapas seguintes. Por exemplo: O que os textos têm em comum? Trata-se de textos longos ou curtos? Eles são parecidos com outros gêneros textuais? E quanto à estrutura?...      
Apresentação do conceito de crônica e focalização dos aspectos presentes nos textos lidos de acordo com a definição adotada e os textos pré-selecionados pelo professor.
 

O que é Crônica:
Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego "chronos" que significa "tempo". Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados à arte, ao esporte, à ciência etc.
Os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica.
Disponível em: < http://www.significados.com.br/cronica/>, acesso em 25 de maio de 2013.

     Nesse momento o professor faz alguns questionamentos aos alunos:

     Você tem um animal de estimação? Ele foi escolhido por você ou por outra pessoa? Como você se rendeu aos encantos dele? Na sua opinião, é bom ou mau ter um bicho de estimação? Por quê?
     Na sua opinião, outros bichos que não cães e gatos podem se tornar mascotes das pessoas, retribuindo afeto? Há pessoas que tratam suas mascotes como membros da família, com direitos idênticos de alimentação, saúde, bem-estar, afeto, e, às vezes, com exagero. Você concorda com esse jeito de tratar os animais?
     Você já viu um avestruz? Conhece a expressão “ele tem estômago de avestruz”? O que significa isso? Como seria ter como animal de estimação um avestruz?

           O professor propõe a leitura da crônica Avestruz, do autor Mário Prata. No entanto, antes da leitura, o professor fala um pouco sobre a vida e obra do autor a fim de despertar nos alunos o interesse por outros textos e obras do autor em questão. O professor propõe que a primeira leitura seja individual e pede aos alunos para lerem quantas vezes acharem necessárias e pede, também, para que os mesmos registrem, caso seja necessário, os vocábulos e expressões não conhecidas.


Leitura do texto.  

Avestruz
Mário Prata

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.  
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

PRATA, Mário. Avestruz. Disponível em: www.marioprataonline.com.br. Acesso em: 14 fev. de 2008

2-    Localização de informações; comparação de informações; generalizações.

             Neste momento, o professor retoma o conceito de gênero e propõe aos alunos uma atividade de revisão dos elementos da narrativa, estudados em anos anteriores, porém presentes no texto lido. Para isso, o professor, a partir de um modelo explicativo, solicita aos alunos que preencham um quadro de informações que deverá ser corrigido e discutido em seguida.
 


Aspecto
História analisada
Foco narrativo
1ª. ou 3ª. pessoa?
Personagem
Quais são?
Enredo
Quais os principais acontecimentos da história, na sequência em que são apresentados?
Tempo
Quanto tempo a história parece apresentar? Há marcas da passagem do tempo no texto? Quais?
Espaço
O que sabemos sobre os espaços em que as personagens vivem as ações?

                  Também se faz necessário uma coleta de dados no próprio texto que possa preencher informações de uma Ficha Técnica sobre o Avestruz, uma vez que é possível explorar a maneira como o autor descreveu o animal.

            Ficha Técnica
Nome científico
Peso
Altura
Expectativa de vida
Idade de reprodução
Estimativa de crias por ano

3-    Produção de inferências locais; produção de inferências globais.

       É interessante fazer com que os alunos discutam e cheguem a uma ou mais conclusões inferidas sobre o texto Avestruz. No entanto, o professor deve estar atento ao direcionamento da discussão. Seria interessante perguntar aos alunos o porquê de o menino gostar e querer criar em casa animais tão distantes da realidade urbana. A produção de hipóteses expande as possibilidades de interpretação, o que torna o texto mais rico.

Pense e responda:
Por que o menino desejava criar em sua residência um animal tão distante da realidade urbana?
Por que os animais possuem nome científico?
O garoto desistiu de ter o avestruz como animal de estimação e interessou-se por gaivotas e urubus. Por quê?

4-    Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade de leitura.

              As crônicas são, geralmente, publicadas em jornais. Quem você acredita ser o público-alvo desse gênero textual?
    
     As crônicas possuem uma característica de narrar um fato cotidiano atual. Algum(s) elemento(s) do texto confirma(m) isto?

      Por fim, o professor pede aos alunos que produzam um pequeno texto apontando seus comentários pessoais, impressões, expectativas e outras possibilidades de finalização para a história.


5-    Percepção das relações de intertextualidade; percepção das relações de interdiscursividade.

     Texto de divulgação científica
                   Disponível em: www.portalescolar.net/2011/07/avestruz-struthio-camelus-biologia.html
                   Acesso em: 23/mai.2013

                   Compare as informações referentes às características do avestruz com as  informações da ficha técnica (item 2) que você elaborou. Aponte as semelhanças.

6- Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas; elaboração de associações relativas a valores éticos e/ou políticos.

     Vamos discutir sobre aspectos que envolvem a imposição de limites dos pais aos filhos:
     O pedido do garoto é comum?
     Os pais concordaram com o pedido do filho, isso é plausível?

     Assista:
ao filme: Os pinguins do papai – Diretor: Mark Waters
ao vídeo: Christian the lion – disponível em: www.youtube.com

                  Observe a imagem/fotografia: My pal the elephant – Mike Hollist
Disponível em: www.youtube.com

Compare as situações apresentadas ao texto Avestruz, de Mário Prata, e responda:
                    O que dá o tom de humor ao texto?





Referências

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard et al. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: ______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2012. p. 35-60.

PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6º ano. vol. 2. Caderno do aluno (p. 9) e Caderno do professor (p. 18).

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012.









Curso Melhor Gestão, Melhor Ensino
Formação de Professores de Língua Portuguesa
 Turma 331 / 2013.
Professora:  Edivaldina Silva de Oliveira


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Leitura e Análise do texto “Meu primeiro beijo”, de Antônio Barreto.
Objetivo: Levar os alunos a reconhecer a diversidade de textos, identificando diferentes gêneros e contextos.

Público Alvo: 8ª série / 9º ano.
Tempo de duração: 6 a 8 aulas.
Conteúdo: capacidades de compreensão
Competências / habilidades: ler, analisar, discutir e escrever textos opinativos.
Recursos didáticos: xérox de textos, lousa e giz, dicionário de Língua Portuguesa, internet
Avaliação: elaboração de fichas, Produções orais e escritas.
            A finalidade desse trabalho é fazer uma Situação de Aprendizagem com o texto “Meu primeiro beijo”, de Antônio Barreto desenvolvendo atividades com as capacidades de leitura e letramentos, dando destaque para as estratégias de compreensão.

1-    Ativação de conhecimento de mundo, antecipação ou predição, checagem de hipótese.
Sondagem: leitura do texto pelo professor; pedir que os alunos respondam a uma enquete e depois façam um debate oral acerca dos resultados. A enquete deverá conter as questões abaixo,  com duas possibilidades de resposta: sim ou não.
Ø  “Estávamos virgens desse assunto.” Nesse trecho, a personagem refere-se ao seu 1º beijo; você já viveu essa experiência?
Ø  Observe o trecho destacado do texto: “Você é a glicose do meu metabolismo.” Você acredita que a vida fica mais doce com o sabor do beijo?
Ø  “Um beijo pode deixar a gente exausto”. Você concorda com essa afirmação?
Ø  “... resolvi dar uma chance para ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.” Você concorda com esse ponto de vista?
Ø  “Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo (...)” È frequente a sensação de medo antes do 1º beijo?
Ø  “Desci, cheguei  em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas.” A paixão surge, imediatamente, ao primeiro beijo?
2. A localização de informação, comparação de informação, generalização.
Lição de casa:
Solicitar que recortem figuras cujo tema seja os vários tipos de beijos: beijo de pai/mãe, beijo de irmão, beijo de amigo, beijo de namorado, para a montagem de um painel.

3. A produção de inferências locais e globais.  
> Para as inferências locais – o aluno deve pesquisar o significado e o sentido de palavras desconhecidas, utilizando o dicionário ou a internet.
> Para as Inferências globais – analisar o sentido do termo “cultura inútil” e fazer, individualmente, uma tira em quadrinhos com o tema.

4. A recuperação do contexto de produção, definição de finalidades e metas da atividade de leitura.
Atividade em dupla:
Os alunos devem observar as características comuns ao gênero, anotando-as e indicando-as a seguir:

Título da crônica:
Tema:
Acontecimentos / fatos
Com quem aconteceu?
Quando aconteceu?
Onde aconteceu?
Como aconteceu?
Por que aconteceu?

5 - Para trabalhar a percepção das relações de intertextualidade, a proposta é utilizar os textos “Meu primeiro beijo, de Antonio Barreto (1) e  a letra de música “O primeiro beijo”, de Art Biss (2).
            É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos: " Você é a glicose do meu metabolismo. Te amo muito! Paracelso" E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar. No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo: - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida. Mas ele continuou: - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos: - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias... Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos. E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo. Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. P. 134-6.


O Primeiro Beijo


O gosto do primeiro beijo não vou esquecer
Você mostrou pra mim de onde nasce o prazer
Beijei a sua boca linda cheia de batom
Ficou a marca do seu beijo no meu coração
Depois daquele beijo doce veio o meu desejo
Só eu e você e um milhão de beijos
Envolvidos numa tentação...

O primeiro beijo é bom demais
Esse não esqueço nunca mais
Do gostinho doce do batom
O primeiro beijo foi tão bom... 
ART BISS (WWW.terra.com.br)

            Nessa sequência de leituras, o professor apresenta os dois textos, pedindo para:
a) Fazer uma leitura silenciosa desses textos;
b) Coletivamente, em voz alta, fazer novas leituras para experimentar outros modos de ler.
Para isso, podem ser levantadas as seguintes questões:
- O que sabem sobre os gêneros aos quais pertencem os textos?
- Como acham que deve ser a leitura desses dois textos?
- Quais as entonações necessárias para frisar as informações do Texto (1) e do texto (2)?
       A seguir, pode-se dividir a classe em dois grandes grupos a fim de organizarem fichas idênticas, com as seguintes informações:




Nome do texto
Nome do autor
Referência de publicação
Tema
Linguagem
Gênero textual

Texto (1) – grupo 1







 Texto (2)- grupo 2







       Após o preenchimento das fichas, com a ajuda do professor, os alunos devem escrever um comentário com 10 linhas sobre a seguinte reflexão:
- Quais marcas, indícios ou pistas encontradas nos textos permitem perceber as relações de diferenças e semelhanças entre os dois textos?

6- A percepção das relações de interdiscursividade.
 Nesse trabalho, é interessante compartilhar outras práticas, em outras disciplinas, tais como: levar um professor de Biologia e/ ou um profissional da área da Saúde para a sala de aula, com a finalidade de fazer uma roda de conversa com os alunos sobre questões da sexualidade e outras relacionadas com a saúde e o beijo.

7- A percepção de outras linguagens. Com a ajuda do computador (Office Excel), fazer com os alunos um gráfico com os dados da enquete na sala de informática da escola.

8- As apreciações estéticas e afetivas.
Para essa parte do trabalho, fazer uma breve discussão oral sobre a seguinte questão:
- Quais as partes dos textos (1) e do texto (2) você mais apreciou? E por quê?
9- As apreciações relativas a valores éticos e políticos,
Organizar a sala de aula em círculo para articular um debate regrado, onde os alunos possam escolher seu mediador e opinar sobre as seguintes questões polêmicas:
·         Como o beijo é visto por sua família e em sua comunidade?
·         O autor assume um papel parecido com o do personagem? Por quê?

10- Da avaliação:
Esse processo levará em conta o equilíbrio das habilidades desenvolvidas sem a preocupação com atribuições de notas e conceitos, mas sim, em verificar se o grupo soube:
- compreender os textos apresentados, observando os gêneros e agrupamentos;
- posicionar-se de modo crítico;
- soube estabelecer as relações entre os textos
- produzir textos orais e escritos;
- utilizou a norma padrão em favor da produção textual.








Situação de Aprendizagem: Avestruz – Mário Prata
Professora: Elaine Bressan de Almeida

Público-alvo:7ªsérie/8ºano

Tempo Previsto:6 aulas

Conteúdos:conceito de crônica;retomada dos elementos da narrativa;leitura do texto:Avestruz –Mário Prata;atividades oral e escrita.

Competência e habilidade:Conhecer o gênero crônica,identificar elementos da narrativa, interpretar textos e produzir texto-crônicas.

Estratégias:estudo do gênero e dos elementos da narrativa;leitura e interpretação do texto – Avestruz,discussão com os alunos-roda de conversa.

Recursos:cópia do texto,uso do dicionário de Língua Portuguesa,uso do datashow e internet.

Avaliação:discussão em sala de aula (perguntas e respostas),produção oral e escrita.

Referências:
Dolz,Joaquim;Schneuwly,Bernard – Gêneros e progressão em expressão oral e escrita;
Prata,Mário – Avestruz;
Rojo,Roxane – Letramento e capacidade de leitura .


Proposta de atividade   O avestruz –Mário Prata

1ºPasso- Ativação de conhecimento de mundo: O professor questionará o aluno sobre o que ele sabe a respeito do avestruz. O que ele espera encontrar num texto com esse título? Se ele já teve contato com um avestruz?Como ele é? Onde vive? O que ele come? O que você sentiu? (sondagem)

2º Passo:Localização de informação: Leitura individual e leitura do professor;Interpretação oral do texto;O texto confirmou o que vocês esperavam? Quais informações você adquiriu depois de ler o texto? O que você entendeu da história?Quem poderia contar a história em poucas palavras?

3º Passo:Produção de inferências locais e globais: Estudo do vocabulário- o professor colocará as palavras na lousa e questionará os alunos quanto ao significado. As inferências acontecerão baseadas na análise do vocabulário. Ex: a palavra atrofiada no texto significa o quê? Você consegue elaborar uma frase com esta palavra?(realizar esse procedimento com demais vocábulos) 

4º Passo:Recuperação do contexto de produção;definição de finalidades e metas de leitura: nessa etapa, o professor deve sugerir uma pesquisa sobre o autor, suas obras e características para uma socialização. (pesquisa em grupo)

5º Passo:Percepção das relações de intertextualidade e interdiscursividade:O professor poderá expor o poema “O avestruz” de Penha Carvalho, conscientizando os alunos que o avestruz não é próprio para ser criado como animal de estimação. Pode ainda, se preferir, passar o filme “Os pinguins do papai”, onde o ator mostra a dificuldade de criar um animal selvagem dentro de um apartamento.
O professor trabalhará também com as ironias apresentadas na crônica, contribuindo para construção de sentido do texto pelo aluno. Ex: E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave... Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros...

6º Passo:Percepção de outras linguagens;elaboração de apreciações estéticas ou afetivas e apreciações relativas a valores éticos ou políticos: Organização de uma roda de conversa de forma a propiciar aos alunos apreciações estéticas e afetivas relativos a valores éticos e políticos do texto “Avestruz”.
Exemplo: Por que a palavra avestruz se repete várias vezes no texto?
               O que sentiram ao ler o texto?
               É correto criar um animal desse porte? Qual seria o bicho ideal?
               Se você pudesse criar um animal selvagem, que tipo seria?
               Por que não podemos criar animais selvagens? (crime, habitat, maus tratos)

quarta-feira, 12 de junho de 2013


 Depoimentos de Leitura e Escrita

Débora Maria Gonçalves Rodrigues Nogueira

        Sou a quarta filha de um casal com cinco filhas, temporã, que observava as irmãs mais velhas passarem o dia cercadas de livros e, com quatro anos, desejava imensamente ler. Minha mãe, na sua sábia ignorância, pois havia frequentado poucos meses a escola, com o pouquinho dinheiro que tinha, comprava-me na banca de uma cidade vizinha, uma revistinha de colorir. Eu lhe reclamava que a revistinha não continha palavras e que eu desejava ler. Ela então me dizia: "Aproxime seu pensamento daquilo que você vê e leia para ouvirmos a história que esse desenho conta". Quanta sabedoria... Colocou-me como ouvinte na escolinha municipal e com cinco anos eu estava alfabetizada, lia e escrevia de forma tão pedagógica que chegava a passar exercícios aos colegas no caderninho de caligrafia. Nas séries iniciais, tive por dois anos a mesma professora, D. Rachel, que nas comemorações cívicas designava-me como oradora oficial, fato que por mim era aguardado com muita ansiedade, noites e noites dizendo à minha mãe que não estava conseguindo dormir porque precisava saber qual texto leria em público. Tinha certeza de que seria a escolhida dela. Recebi um certificado de frequentadora assídua da biblioteca da escola, porque li todos os títulos da Coleção Monteiro Lobato, mesmo porque a televisão apresentava O Sítio do Picapau Amarelo, pela primeira vez, e eu tinha que ter a certeza de que a adaptação não sofreria alterações.  Minhas irmãs mais velhas, já trabalhando, presenteavam a mim e à caçula, livros que eram nossos maiores tesouros, objetos de inveja entre as amigas, mas que eram compartilhados ao sabor de uma boa pipoca preparada por meu pai. Saudades...
        Espero ser inesquecível para meus alunos. Aprendi com o passar dos anos a escutar e ouvir, tanto com os olhos quanto com os ouvidos. Tento perceber o que não foi dito, descobrir novas fontes de saberes, de amizades, de novos livros, de assuntos diversos. Mantenho o sinal verde de minha mente sempre ligado, sempre aberto. Tenho atitudes positivas e otimistas. Isso ajuda a realizar objetivos. Vejo a criatividade não como um dom especial que só algumas pessoas têm. Podemos desenvolvê-la se buscarmos continuamente a informação sobre tudo que nos cerca, se tivermos sensibilidade para as coisas que acontecem à nossa volta e curiosidade para descobrir o que se esconde nas aparências dos objetos, dos fatos e das pessoas. Com meus alunos, construo grandes aprendizagens através de pequenas aprendizagens diárias.


Edivaldina Silva de Oliveira

             Comecei a gostar dos livros escutando as histórias que minha avó contava na varanda de nossa casa, na Rua da Fonte, perto da jabuticabeira de seu Maurício.
         E que repertório! Das carochinhas de Pedro Malasartes às lendas de Monteiro Lobato. Algumas histórias me alegravam, outras me entristeciam, até me amedrontavam.  E foi assim que as primeiras letras, como se dizia, passaram a fazer parte de meu mundo infantil, com heróis, príncipes e princesas, sacis, lobisomens e gatas borralheiras.
           Aos seis anos, no Internato,  já sabia ler e escrever garatujas, como dizia minha avó. As freiras  eram  rigorosas  com  o  abecedário  e  com as rezas. E eu era boa na leitura do Catecismo. Nessa época, ganhei um lindo catecismo, todo branquinho. Adorava aquele livrinho com Nossa Senhora de Fátima, de branco e dourado na capa.
         Mas foi no Grupo Escolar que conheci professora Rizoleta, ou Zozó para os íntimos. Com ela tinha leitura de todo jeito: de cor e salteada, oral, cantada. Através dela, conheci o esconderijo de Ali Babá e seus quarenta ladrões, a magia da lâmpada de Aladim, e as maravilhosas peripécias de Sherazade. Adorava essa literatura que me transportava aos tapetes voadores do oriente.          
         Assim foi meu ponto de partida para devorar gibis, fotonovelas, José de Alencar, Machado de Assis, Bernardo Guimarães entre tantos outros.
         Hoje, refaço essas experiências para os alunos e para os meus netos. E como eles gostam!